28/11/2013

CRÔNICA DA SEMANA: O SEU NOME

Abrahão Filho

Foi tudo tão de repente, ela chegou assim, não bateu na porta, não pediu licença, simplesmente entrou. E eu, é lógico, fiquei sem ação, não sabia o que fazer, o que dizer, pensei em pedir que ela se retirasse, e quase fiz isso mesmo, mas, me falou coragem, ou melhor, me faltou mesmo foi forças.

Ela nem se quer deixou que eu falasse, que revidasse ou qualquer coisa do tipo, foi jogando tantas coisas na minha cara, eu fiquei sem palavras, apenas silenciei, não tinha o que falar, afinal de contas era tudo verdade. Ninguém mais do que eu sabia que era.


Não tardou muito para que eu começasse a chorar, chorei muito, como nunca havia chorado, na verdade ela também não pôde conter as lágrimas; tanta coisa foi lembrada naquela noite; e eu sem amparo acabei sendo consolado por ela.


 E o que eu mais temia desde o começo acabou acontecendo, ela não foi mais embora, ficou ali ao meu lado como uma sombra; e depois daquela noite, hora me fazia rir, hora me fazia chorar, nos tornamos inseparáveis.

E foi justamente ai que percebi algo que ela, e só ela, tinha e feito enxergar, os momentos que realmente foram especiais e por isso se tornaram inesquecíveis e as pessoas que realmente marcaram e mudaram a minha vida. Ela me fez ver o amor, e vendo o amor acabei vendo a vida.

Enquanto ela me tocava, eu jamais pude tocá-la, ela não me sentia, mas eu a sentia a cada instante, não sei se ela aprendeu o meu nome, mas o dela, ah! O dela eu jamais esqueceria. Saudade. Saudade das Coisas Vividas.

Por Abrahão Filho

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