Nada é mais enigmático do que nosso destino após cumprirmos
estadia terrena. Ciência e religião aceitam a definição de morte como sendo a
secessão do corpo e da alma. Também é vista como o término da vida terrena,
porém nunca da existência. A verdade é que essa palavrinha continua provocando
medo a muitos, principalmente aos de pouca fé. Talvez fosse esse um dos motivos
para que o famoso físico alemão, Albert Einstein, afirmasse que a coisa mais
bela que o homem pode experimentar é o mistério.
Não é novidade afirmar que o corpo humano tem vários órgãos
que, por conseguinte, possuem moléculas e átomos. Já a alma ou espírito, que
muitos costumam identificar por energia inteligente, ninguém ainda encontrou
uma definição aceitável para tão delicado termo.
Dias atrás o mundo soube que Bento XVI, Papa Emérito da
Igreja Católica, está se preparando para morrer. Aos 88 anos Joseph Ratzinger
diz não temer a morte e a espera com muita tranquilidade. Apenas cumpre
rigorosamente os ensinamentos das Escrituras Sagradas quando afirmou em recente
entrevista que “se preparar para a morte é se preparar para o encontro decisivo
com Deus”.
Muitas pessoas se apavoram só em pensar que estão ficando
mais velhas e fazem de tudo para manter o corpo em plena forma. Isso até certo
ponto é válido quando acompanha, também, uma evolução da alma, um
enriquecimento do espírito. Apenas querer ludibriar o tempo e esconder sua
verdadeira idade é pura ignorância.
A vida nos foi dada de presente e confiada pelo Criador para
usufruirmos integralmente de todos os momentos, aceitando as fases naturais de
crescimento e depreciação, acreditando que a morada seguinte depende
exclusivamente do nosso comportamento aqui na terra. Não há razões, pois, para
ficarmos desesperados, afinal o mistério da vida continua pertencendo apenas a
Deus; a nós humanos cabe-nos experimentar essa espetacular realidade.
Carlos Moura Gomes – Afogados da Ingazeira/PE
Abril/2015