A Casa da Mulher Nordeste através do Projeto Mulheres na
Caatinga, com patrocínio do Programa Petrobras Ambiental e em parceria com o
Núcleo de Estudos, Pesquisa e Práticas Agroecológicas do Semiárido
(Neppas/UFRPE), iniciou neste mês de março uma maratona de dezenove oficinas
temáticas sobre Bioma Caatinga, Agroecologia, Direitos das Mulheres e
Feminismo, com o objetivo de propiciar uma educação ambiental e feminista,
valorizar os conhecimentos e experiências das mulheres em relação à caatinga e
seus conhecimentos tradicionais, construir estratégias e fomentar reflexões
sobre os direitos das mulheres e contribuir para que as mulheres construam uma
visão integrada da própria comunidade, município e território.
As oficinas estão sendo realizadas no Sertão do Pajeú, nos
municípios de Afogados da Ingazeira, Brejinho, Carnaíba, Flores, Iguaracy,
Ingazeira, Mirandiba São José do Egito, Serra Talhada, Santa Cruz da Baixa
Verde, Triunfo e Tabira e alcançarão um público de 210 mulheres participantes
diretas do projeto e mais aproximadamente 840 que participam indiretamente do
processo.
O bioma Caatinga está sendo abordado a partir de suas
potencialidades no que diz respeito à alimentação humana e animal, a sua
capacidade fitoterápica, ao uso de recursos energéticos de forma sustentável e
a convivência com o semiárido; a agroecologia, com ênfase nas práticas e
alternativas sustentáveis como plantio diversificado e cobertura morta, o uso
de defensivos naturais (Nim – repelente e vermífugo natural, preparo de caldas
com essências da Caatinga e controle biológico), além de exclusão de insumos
externos (agrotóxicos e fertilizantes químicos), já sobre direitos das mulheres
e feminismo a discussão gira em torno dos direitos humanos das mulheres,
relações de gênero, trabalho produtivo e reprodutivo, a visibilidade e
valorização do trabalho desenvolvido pelas mulheres, direitos sexuais e
reprodutivos, e enfrentamento a violência contra a mulher.
A agricultora Maria Eliane (26), do Sítio Oitis, município
de Ingazeira, fala da importância de participar das oficinas. “Esse é um
momento muito proveitoso porque a gente aprende mais sobre o valor da Caatinga,
que devemos preservar as plantas e repassar para as crianças o que sabemos”,
afirma.
Edvânia Souza, responsável técnica pelo projeto, evidencia o
olhar e o conhecimento das mulheres sobre a vegetação nativa, como ferramenta
fundamental para o desenvolvimento das atividades. “As oficinas estão sendo
construídas a partir do saber popular das mulheres, onde a assessoria da CMN
proporciona momentos de troca de experiências entre o grupo”.
Projeto
Além do processo de educação ambiental e feminista, o
projeto prevê o plantio de mudas nativas da Caatinga, construção de fogões
agroecológicos e realização de seminários.
Fonte: Núcleo de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste -
por Juliana Lima e Tatiane Faustino
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