Recife - O senador Armando Monteiro voltou a defender o fim
da cobrança antecipada de impostos praticada por diversos estados do País,
inclusive Pernambuco, em palestra no XIX Congresso brasileiro e XV Congresso
Estadual das Micro e Pequenas Empresas, realizado nesta sexta-feira (03), no
Centro de Convenções, em Olinda. No evento, que reuniu mais de 1,5 mil micro e
pequenos empresários de Pernambuco e do Brasil, Armando falou sobre os 07 Anos
da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.
Armando lembrou da mobilização empresarial realizada em todo
o País para que a lei fosse aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo
então presidente Lula, em 2006. Foi instituído então o Simples Nacional, regime
diferenciado de tributação para micro e pequenos empreendedores. À época, ainda
deputado federal, Armando integrava a frente parlamentar que trabalhou pela
aprovação da lei. Hoje no Senado ele é vice-presidente de uma Frente
Parlamentar que pede avanços na legislação.
“Como sempre acontece no Brasil, alguns avanços são ao longo
do tempo anulados pela voragem tributária que marca o nosso federalismo
fiscal”, lamentou Armando citando a substituição tributária (mecanismo que
atribui ao contribuinte/empresa a responsabilidade pelo pagamento do imposto
devido pelo seu cliente). O senador afirmou que os Estados utilizam este
mecanismo de forma perversa, combinando isto à antecipação do recolhimento de
tributos e penalizando o capital de giro das pequenas empresas.
“Veja que paradoxo, hoje os pequenos estão financiando os
estados porque antes de receber a mercadoria e, portanto, de poder completar o
ciclo de venda, de financiamento das vendas, as empresas já são obrigadas a
recolherem os tributos”, pontuou o senador, bastante aplaudido pelo público
presente ao evento.
A opinião de Armando foi compartilhada pelos parlamentares e
representantes de entidades que falaram durante o Congresso. Diretor da Frente
Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, o deputado federal Pedro Eugênio
(PT) defendeu o fim do mecanismo. Já o deputado federal e presidente da FIEPE,
Jorge Corte Real (PTB), disse que a substituição é um “veneno para o
Supersimples e não pode ser aceita do jeito que está sendo imposta pelos
governos estaduais”. Por fim, o ex-deputado federal Claudio Vignatti (PT-SC)
constatou que “nem todos os estados fizeram o dever de casa e que a
substituição tributária inibiu o avanço da lei geral”.
Em Pernambuco – Perguntado sobre as politicas voltadas para
o segmento das micro e pequenas empresas em Pernambuco, o senador Armando
Monteiro afirmou que, neste quesito, a atual gestão deixou muito a desejar.
Para ele, a Secretaria da Fazenda não contribuiu como poderia para oferecer um
ambiente melhor ao setor.
“Agora, tardiamente, se flexibilizou um pouco a questão da
antecipação do recolhimento, mas apenas para um segmento, beneficiando as micro
e pequenas empresas, muito mais por uma disposição legal da legislação federal.
E ainda temos, sobretudo no universo das pequenas empresas um tratamento muito
inadequado. Acho que no balanço o Estado e a gestão do secretario da Fazenda,
não ofereceu às pequenas empresas em Pernambuco um bom ambiente de operação”,
concluiu.
Crédito da foto: Alexandre Albuquerque/divulgação
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