03/04/2014

CRÔNICA DA SEMANA: AS CORES DO MUNDO

Abrahão Filho
Não sei se sou o que gostaria de ser, ou se gostaria de ser o que sou. Meus sonhos são meio loucos, às vezes, pareço um estranho perdido em um mundo que parece não ser o meu. Meus gostos, vontades, desejos e anseios raramente os encontro em outros; olho ao redor procurando as pessoas e parece que meus olhos só veem as cores; não sei se sou eu que não as vejo, ou se são elas que me olham e não me veem.

Os detalhes me tocam, me ferem, me fazem ver o interior; neles me encontro e me perco, olho e vejo, vejo e prefiro não olhar. Descubro que descobri, e nessa descoberta descubro que nada sei, e me questiono se não é melhor assim, saber apenas que não se sabe nada.

O que dói dentro de mim, não sei; não sei de onde vem e nem porque vem, na verdade, gostaria que nem viesse, mas já que vem, que sempre me ensine algo. Afinal, nesse instante não sei se sou um estranho nesse mundo, ou se é este mundo que é mesmo tão estranho.

Enfim, viver é mesmo assim, as dores se misturam com as alegrias e eu vou misturando as coisas, sem deixar que elas me misturem tanto, na tentativa de encontrar o caminho certo e na certeza de que nas curvas da vida, a felicidade vai bater de frente comigo.



Por Abrahão Filho

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