Paiva Netto |
Em 19 de agosto de 1982, ante as estatísticas da guerra no
Oriente Médio, a Assembleia-Geral das Nações Unidas, numa sessão extraordinária
de emergência, estabeleceu 4 de junho Dia Internacional das Crianças Vítimas de
Agressão.
O Brasil não vivencia propriamente guerras convencionais,
mas a violência contra os pequeninos se faz presente no descaso, na exploração,
incluída a abominável sexual, na omissão de famílias ou da sociedade. Em artigo
publicado na revista Boa Vontade, edição no 229, o sociólogo e secretário de
Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo Floriano Pesaro chama-nos a
atenção, por exemplo, para a triste realidade do trabalho infantil. Trago-lhes
aqui um trecho:
“O aumento do número de crianças de rua está intimamente
relacionado com a pobreza nos centros urbanos. (...) Filhos desse ‘bolsão
metropolitano de pobreza’, as crianças que vemos pedindo esmola, fazendo
malabares e vendendo balas nos faróis migram para as regiões centrais de São
Paulo a fim de trabalhar. Longe de casa e dos bancos escolares, estão expostas
à violência moral, física e sexual. Na maioria das vezes, o dinheiro arrecadado
não fica com elas, tampouco com as suas famílias. Estimativas revelam que dois
terços do que uma criança ganha em um farol (em média, 30 reais por dia) vão
parar nas mãos de um aliciador. (...)
“Urge trabalharmos em rede, com sinergia e sincronismo,
estabelecendo papéis e diretrizes claras e compromissos concretos para a
erradicação definitiva do trabalho infantil, bem como evitar sobreposições de
tarefas e desperdício de recursos”.
Atuar incansavelmente pelo bem-estar das famílias, em
especial de crianças e adolescentes em risco social, é uma das principais
atribuições da Legião da Boa Vontade, há mais de seis décadas. O esclarecimento
das massas, pelo prisma da Espiritualidade Ecumênica, é outra relevante missão
sua. É essencial reconhecermos que, acima de tudo, temos deveres espirituais.
Assim, os direitos humanos serão respeitados em sua integridade.
Meio ambiente e
ecologia
Em 5 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente e
Ecologia. Apesar das resistências, de uns tempos para cá cresce no mundo a
preocupação ecológica.
Vale ressaltar, contudo, como já me expressei na Folha de
S.Paulo, em 10 de dezembro de 1989, que o ser humano e seu Espírito Eterno não
são criações à parte da Natureza, mas os maiores expoentes. A riqueza deste
orbe é a sua Humanidade, visível e invisível, ecologicamente conciliada com a
fauna, flora e todo o meio ambiente.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br —
www.boavontade.com
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