14/11/2015

SAÚDE: 14 DE NOVEMBRO, DIA MUNDIAL DO DIABETES


Doença pode trazer consequências sérias para o organismo

Há 18 anos, Sabrine Fernandes sentiu os sintomas clássicos do diabetes: sede excessiva, emagrecimento, muita vontade de urinar durante a noite foram os sinais de alerta para a psicóloga de 37 anos, moradora de Juíz de Fora (Minas Gerais). Como a família já tinha um histórico da doença, o diagnóstico foi rápido. “Nestes 18 anos eu venho cuidando, mas nunca consigo controlar muito bem a glicose. Tentei diversos medicamentos, faço atividades físicas e tenho uma alimentação saudável. E mesmo assim sempre foi difícil. Minha glicemia já chegou a estar a 500 e depois 40 no mesmo dia, sendo que a glicemia de uma pessoa normal deve variar entre 70 até 110 mg/dl”, conta Sabrine.

Os anos convivendo com a doença trouxeram consequências sérias para o organismo da psicóloga. “Tenho uma complicação renal desde 2007 em decorrência de uma hipertensão secundária ao diabetes. Nesse ano, tive uma grande perda e meus rins passaram a funcionar com 60% da capacidade. Em 2012, tive uma falha renal. Por causa disso, estou fazendo diálise há três anos e estou na fila para um transplante de rins e pâncreas”, relata.

O caso de Sabrine mostra como o diabetes pode ter consequências graves. A doença metabólica é caracterizada pelo aumento da glicose no MeControlXXLUserTilesangue. O distúrbio acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir a insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo. A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue penetre nas células, para ser utilizado como fonte de energia. Se não tratado, o diabetes pode causar insuficiência renal, amputação de membros, cegueira, doenças cardiovasculares, como AVC (derrame), e infarto.

Conheça os tipos mais comuns de diabetes:



A Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, mostra que o diabetes atinge 9 milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população adulta. As mulheres (7%) apresentaram maior proporção da doença do que os homens (5,4%) – 5,4 milhões de mulheres contra 3,6 milhões de homens. Os percentuais de prevalência da doença por faixa etária são: 0,6% entre 18 a 29 anos; 5% de 30 a 59 anos; 14,5% entre 60 e 64 anos e 19,9% entre 65 e 74 anos. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%.

Para controlar os níveis glicêmicos é recomendada uma alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e, em alguns casos, o uso da insulina e de medicamentos com orientação médica.

Para tratar o diabetes, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente medicamentos pelo programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas.

Para quem convive com o diabetes, a coordenadora- geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa, esclarece algumas dúvidas sobre alimentação.

Quais são as restrições alimentares que uma pessoas com diabetes tem por causa da doença? A dieta precisa modificada em que pontos?

A alimentação é essencial para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com diabetes, especialmente quando integrada a outras medidas de autocuidado. E é importante que a pessoa com diabetes tenha o acompanhamento de um nutricionista para que a terapia nutricional esteja de acordo com a sua situação de saúde, idade, tratamento medicamentoso e outros aspectos que variam de uma pessoa para outra. Em geral, o principal cuidado é a restrição do consumo de carboidratos, que deve ser preferencialmente os carboidratos complexos (evitar açúcar simples ou alimentos muito açucarados, por exemplo) e associados às fibras alimentares, sendo as frutas e hortaliças importantes fontes de fibras.

Dietas com baixo teor de carboidratos têm benefício no controle glicêmico, na perda de peso, na redução do uso de medicações e nos fatores de risco cardiovascular como aumento do HDL-colesterol.

É importante também reduzir a ingestão de gordura saturada (por exemplo, proveniente da pele do frango, gordura das carnes vermelhas e frituras).

Existe algum alimento comum no dia a dia do brasileiro que as pessoas com diabetes devem evitar? Alguma fruta, por exemplo?

Não há restrição de frutas para pessoas com diabetes, mas é preciso ter atenção na quantidade consumida de alimentos, em geral. A dieta da pessoa com diabetes deve seguir as recomendações sobre alimentação saudável do guia alimentar para a população brasileira, mas ter adaptações feitas, por nutricionistas, com base nas necessidades individuais (exemplo: idade, atividade física, situação de saúde).

Existem algum alimento que seja “especialmente” recomendado?

Não existe um único alimento que seja importante no tratamento do diabetes. Contudo, destaca-se que o consumo de fibras solúveis está associado à melhoria do controle glicêmico e à diminuição da concentração de lipídios no sangue em pessoas com diabetes do tipo 2. Por isso, é importante o consumo de alimentos ricos em fibras, especialmente fibras solúveis, dentre os quais destacam-se: farelo de aveia, maçã com casca, banana, laranja, brócolis, cenoura, arroz integral.



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