Pernambuco é terceiro lugar no Brasil e primeiro no Norte e
Nordeste no número de transplantes de coração e de medula óssea. O Estado ainda
é o primeiro no N/NE nos procedimentos de rim e pâncreas. O resultado foi divulgado pela Associação
Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Para ampliar as doações,
Pernambuco ainda inicia, nesta terça (14.03), no auditório do Hospital Barão de
Lucena (HBL), curso de atualização para residentes sobre diagnóstico de morte
encefálica e de seguimento de todas as etapas necessárias até a doação.
“Nosso Estado é referência nacional em transplantes. Temos
equipes capacitadas na captação dos órgãos e tecidos e para a realização dos
procedimentos. Para continuarmos nesse caminho, é imperativo o investimento
intensivo em treinamento e capacitação das equipes envolvidas no processo de
doação e do quadro funcional dos hospitais com perfil notificante bem
estabelecido, além da sensibilização de toda a população para a causa, já que
precisamos da autorização dos familiares para efetivar esse ato de
solidariedade com o próximo”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes
de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.
DADOS – Em 2016,
Pernambuco realizou 38 transplantes de coração. Apesar de ser o terceiro no
número de procedimentos no Brasil, o quantitativo foi 16% menor do que o mesmo
período de 2015, com 45 transplantes. Em relação à medula óssea, foram 187, 20%
a menos do que 2015 (233).
Já no caso do rim, Pernambuco é primeiro no N/NE e sexto no
Brasil, com 287 transplantes, número 17% menor do que 2015 (344). No caso de
pâncreas, foram 6, 100% maior do que 2015 (3). Outro dado é o de transplantes
de córnea, segundo do N/NE e quinto do Brasil, com 827 procedimentos,
quantitativo 39% maior do que o mesmo período de 2015 (594).
“Tivemos um aumento de 8,7% no número de transplantes
gerais, em relação a 2015. Contudo, houve um decréscimo de 13,8% nos
transplantes de órgãos sólidos: coração, fígado, rim e pâncreas. Por isso,
iniciamos neste mês de março uma série de cursos de atualização com os
residentes de enfermagem e multiprofissionais do primeiro e segundo ano. A
doação de órgãos e tecidos nas unidades hospitalares é um processo complexo e
composto por várias etapas, que começa com a identificação precoce de
potenciais doadores, a realização do diagnóstico de morte encefálica, a
adequada manutenção hemodinâmica do possível doador e a entrevista de seus
familiares. Quanto mais pessoas capacitadas para seguir todas as normas
necessárias para efetivar esse ato, maior nossas chances de possibilitarmos a
doação e, com isso, diminuir a fila de espera”, afirma Noemy.
ATUALIZAÇÃO – O
primeiro curso de atualização com residentes será nesta terça-feira (14.03), a
partir das 8h30, no auditório do Hospital Barão de Lucena, no Recife. As
atividades envolverão residentes de enfermagem da unidade e do Hospital Getúlio
Vargas, além dos preceptores. Ao todo, cerca de 30 pessoas assistirão à aula.
As atividades fazem parte de parceria da CT-PE com a Coordenação de Residência
Multiprofissional da UFPE (Coremu/UFPE) e a diretoria Geral de Educação em
Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Durante o curso, que terá carga horária de 8 horas, serão
abordados os critério e protocolo de diagnóstico de morte encefálica,
manutenção do potencial doador de órgãos, validação do potencial doador de
órgãos e tecidos, comunicação de más noticias e entrevista familiar para doação
de órgãos e tecidos.
"Nesse momento, iniciamos a primeira turma junto à
UFPE, mas a proposta é atingir o maior número possível de residentes médicos e
multiprofissionais do Estado, reconhecendo a importância do tema para a
formação desses novos especialistas, bem como para a qualificação da
assistência à saúde", diz a diretora geral de Educação em Saúde da SES,
Juliana Siqueira.
No próximo dia 04.04, o curso será voltado para os
residentes multiprofissionais do Hospital das Clínicas (HC) e seus preceptores,
com 40 vagas, e no dia 11.04, para os residentes de enfermagem do HC, com 30
vagas.
“A Coremu da UFPE ressalta a extrema importância dessa
parceria, pois consideramos a residência o padrão ouro da formação de
especialistas para que tenhamos bons profissionais no Sistema Único de Saúde e
na rede privada. Com isso, será possível contribuir na identificação precoce
dos possíveis doadores, realizar o manejo correto do paciente e também o
contato humanizado com os familiares”, afirma a coordenadora da Coremu/UFPE,
Mariana Petribú.
DADOS DE 2016 -
Em 2016, foram realizados 1.465 transplantes em Pernambuco, um crescimento de
8,7% em relação a 2015, com 1.348 procedimentos. O maior destaque foi para os
procedimentos de córnea. Durante todo o ano passado, foram realizados 827
transplantes de córnea em Pernambuco. O quantitativo é 39% maior do que os
procedimentos realizados em 2015, que totalizam 594.
Em relação aos órgãos sólidos (coração, fígado, rim e
rim/pâncreas), houve uma queda de 13,8%, saindo de 516, em 2015, para 445, em
2016.
DADOS DE 2017 -
Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, foram realizados 246 transplantes
em Pernambuco, 1 a mais do que o mesmo período de 2016. O destaque fica por
conta dos transplantes de coração, que passaram de 4 nos primeiros dois meses
de 2016 para 10 em 2017, uma ampliação de 150%.
FILA DE ESPERA -
Atualmente, Pernambuco possui 1.215 pacientes aguardando por um órgão ou
tecido. O maior quantitativo é para um rim, com 805 pacientes, seguido de
córnea (284), fígado (84), medula óssea (26), coração (12) e rim/pâncreas (4).
Fonte: Secretaria de Saúde
do Estado de Pernambuco/ www.blog.saude.gov.br
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