Delegacia da Mulher tem aumento significativo no número de
registro de ocorrências.
Por André Luis
No Debate das Dez da Rádio Pajeú FM 104,9 desta
segunda-feira (19), o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, coronel
Carlos Eduardo Sá e a delegada da mulher, Andreza Gregório, fizeram uma
avaliação preliminar das ações e encaminhamentos da Área Integrada de Segurança
20 (AIS 20), durante o ano de 2018.
Coronel Sá destacou que apesar de ainda não terem fechado as
avaliações, a AIS 20 tem sido destaque no estado, com a maior redução de Crimes
Violentos Letais Intencionais (CVLIs), alcançando o primeiro lugar no primeiro
trimestre e ficando entre os primeiros nos segundo e terceiro trimestre.
“E agora no quarto trimestre estamos competindo para um resultado
favorável, hoje no estado de Pernambuco a região do Pajeú tem a maior redução.
Fazemos uma avaliação positiva, dentro de doze cidades atendidas pelo 23º BPM,
temos duas cidades que ainda não houve registro de homicídios esse ano, que são
Brejinho e Quixaba”.
Coronel Sá informou ainda que Brejinho já soma 530 dias sem
registro de homicídio, Afogados e São José do Egito, já chegam a mais de
duzentos dias.
O comandante do 23º BPM, lembrou que os últimos meses são
mais preocupantes devido à proximidade com o final do ano, quando as cidades
ficam mais movimentadas, aumento de compras e das festas. “Mas a gente já tem
feito um trabalho que vem há dois meses de intensificar o policiamento no
terreno, fazer mais blitzes, mais abordagens, estamos mais presentes
intensificando as ações. Fluxo maior, há uma tendência de aumentar a incidência
criminosa, mas estamos trabalhando focados”, afirmou Sá.
A delegada Andreza Gregório, avaliou os primeiros meses à
frente da Delegacia da Mulher de Afogados da Ingazeira. Informou quais as
ocorrências mais comuns e se o equipamento está de fato auxiliando e como, as
mulheres no combate a violência de gênero.
Andreza destacou que a delegacia chegou para somar a rede de
enfrentamento de violência doméstica contra a mulher. “Nós temos muito
trabalho, tivemos uma aumento significativo no número de registro de
ocorrências, em 2017 a média de registros era entre 10 e 15, hoje nós temos de
20 a mais de 30 Boletins de Ocorrência”, informou a delegada.
A titular da Delegacia da Mulher, informou ainda que os
números são referentes apenas a delegacia, sem somar os B.Os. que são feitos
aos finais de semana e durante o período noturno da 20ª Desec.
“Tivemos na delegacia, de janeiro de 2018, a outubro, 197
registros de ocorrências, 185 inquéritos policiais que foram concluídos com o
indiciamento de agressores, remetidos à justiça, 98 medidas protetivas, 53
prisões em flagrante, 3 mandados de prisão cumpridos (preventivos ou
temporários), e estamos na luta pra que as mulheres continuem se encorajando a
denunciarem seus agressores, e a saírem do ciclo de violência”, informou
Andreza.
Andreza informou ainda, que o ciclo da violência começa de
forma mais branda, com as injurias, agressões verbais e vai evoluindo para as
agressões físicas e se não for contida a tempo “pode chegar a depender da
situação, ao crime mais grave que tentamos evitar, que é o feminicídio”.
“Feminicídio é o assassinato de uma mulher motivado pelo
ódio, pelo desprezo da condição feminina, é o homem que trata a mulher como um
objeto, uma propriedade que está ali, um ser simplesmente para servir e não
sabe conter os seus impulsos, e resolve principalmente diante da rejeição que é
o momento mais crítico de violência que gera o feminicídio, é o fim de um
relacionamento e ele age da forma mais brutal e cruel assassinando, destruindo
uma vida”, informou Andreza.
A delegada ainda informou que o fato do machismo ter um
poder cultural ainda muito presente na região e no Brasil, faz com que as
agressões sejam recorrentes. E que buscam através da rede de proteção,
mecanismos que favoreçam para que a mulher não volte a ser vítima dessa
violência. “Procuramos saber qual é a vulnerabilidade, se é emocional, se é
social se é econômica e assim dessa forma com articulação com a rede se faz
mais eficaz, barrar esse ciclo”, informou.
Fonte: Blog do Nill Júnior.
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