Uma nova versão do Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para imunossupressão de transplante de fígado em pediatria foi
publicada neste ano e disponibilizará mais três medicamentos
O Ministério da Saúde ampliou o tratamento disponibilizado no
Sistema Único de Saúde (SUS) às crianças que são submetidas a transplante de
fígado. Agora, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que
orienta o cuidado relacionado ao transplante hepático pediátrico, passa a
contar com mais três medicamentos: basiliximabe, everolimo e timoglobulina.
Esses imunossupressores já eram ofertados no SUS, mas não havia indicação para
uso em crianças e adolescentes até os 18 anos no pós-transplante para diminuir
o risco de rejeição ao novo órgão.
Além desses três medicamentos, o SUS já ofertava para o
transplante de fígado em pediatria 09 imunossupressores: o azatioprina,
ciclosporina, metilprednisolona, micofenolato de mofetila, micofenolato de
sódio, prednisolona, prednisona, sirolimo e o tracolimo. São medicamentos para
equilibrar a resposta imunológica e evitar a rejeição e perda do órgão
transplantado. A indicação de qual desses medicamentos deve ser usado é feita
pela equipe médica responsável pelo acompanhamento do paciente, que agora conta
com novas opções.
O Ministério da Saúde, por meio da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), que inclui os demais gestores do
SUS, mantém uma política permanente de atualização e revisão dos PCDTs que
orientam os profissionais de saúde quanto aos critérios para diagnóstico e
tratamento de cada doença ou condição, incluindo a indicação e o uso de
medicamentos. O objetivo é ampliar as tecnologias e aperfeiçoar o tratamento
disponibilizado no SUS, garantindo o cuidado adequado a cada paciente.
O transplante de fígado só é indicado para pessoas com
doenças hepáticas agudas ou crônicas irreversíveis e progressivas. Em crianças
e adolescentes, a principais indicações são a atresia de vias biliares
(obstrução progressiva, sem causa definida), que corresponde a 57% dos casos, e
as doenças metabólicas (alterações no funcionamento do organismo, como a
esteatose - que é o excesso de gordura no fígado), que representam 19% das
indicações.
Inúmeros avanços nas diversas fases do transplante de fígado
têm possibilitado excelentes resultados em crianças, principalmente com o uso
de imunossupressores. De modo geral, os resultados no Brasil de transplante de
fígado em crianças são positivos em mais de 90% dos casos, conforme registra o
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas recém-atualizado.
Transplante de fígado
O fígado é um órgão indispensável para o bom funcionamento
do corpo humano e, apesar de sua capacidade regenerativa, certas doenças podem
provocar a necessidade de transplante. Os primeiros sinais e sintomas de
problemas são a dor abdominal do lado direito e a barriga inchada. Além desses
sintomas, também podem ocorrer cor amarelada na pele e nos olhos e urina
amarela forte ou escura, sinais da insuficiência hepática.
Neste ano, entre janeiro e fevereiro, foram realizados 32
transplantes pediátricos (crianças de 0 a 17 anos) no Brasil. Em 2018, foram
239 transplantes em crianças e adolescentes.
O Brasil é referência mundial na área de transplantes e
possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Mais de 90% dos
procedimentos de todo o país são financiados pelo SUS. Em números absolutos, o
Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados
Unidos.
No SUS, os pacientes recebem assistência integral e
gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e
medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde, em um programa de
atenção à saúde e assistência farmacêutica conjunto do Ministério da Saúde e
secretarias de saúde.
Fonte: Ministério da Saúde / www.brasil.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.