As vantagens do Brasil na pauta
da transição energética estiveram no centro das apresentações feitas nesta
terça-feira (15/8) por dois representantes do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) presentes na conferência “O powershoring
e a neoindustrialização verde no Brasil”.
Os secretários Uallace Moreira Lima, de Desenvolvimento Industrial,
Inovação, Comércio e Serviços (Sdic), e Rodrigo Rollemberg, de Economia Verde,
Descarbonização e Bioindústria (SEV), destacaram a posição estratégica do país
na pauta da sustentabilidade.
A conferência abordou o potencial
da descentralização de cadeias produtivas globais para países próximos a
centros de consumo e que ofereçam energia limpa, segura, barata e abundante. O
evento foi promovido pelo ministério, em parceria com Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), BNDES e
Banco do Nordeste (BNB)
Uallace Moreira Lima lembrou o
processo de desindustrialização sofrido pelo Brasil nos últimos anos e propôs
uma nova postura para o país. “O Brasil precisa deixar de lado o ‘complexo de
vira-lata’ e liderar mundialmente uma política de desenvolvimento sustentável e
de transição energética”, afirmou Moreira Lima. “Pensar a transição energética
é pensar também em inovação, em transformação tecnológica e em transformação da
estrutura produtiva brasileira”, acrescentou.
Na opinião de Rollemberg, a
agenda de regulamentação da economia verde proporciona ao Brasil condições
privilegiadas no cenário mundial. O secretário de Economia Verde mencionou o
alinhamento entre diferentes áreas do governo, do Congresso e da iniciativa
privada na implementação dessa pauta, tratada como prioridade pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse sentido, citou a atuação do vice-presidente e
titular do MDIC, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio
Mercadante, e o presidente da Câmara, Arthur Lira.
Rollemberg previu a aprovação no
Congresso, ainda em 2023, de uma série de projetos de interesse do governo
nessa área: regulamentação do mercado regulado de carbono; eólicas offshore;
combustível sustentável de aviação; diesel verde; hidrogênio de baixo carbono;
e captura e estocagem de carbono.
“Temos dois desafios: a
coordenação dessas ações, para chegarmos à COP 28 com todos esses temas
regulamentados, e a preocupação com inclusão social, para que ninguém fique
para trás”, disse o secretário de Economia Verde, referindo- se à Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, prevista para acontecer
em novembro e dezembro deste ano nos Emirados Árabes Unidos.
Foto: Gabriel Lemes/MDIC
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.