Raquel Lyra começou abordando a
situação financeira da Compesa, destacando que a empresa tinha um déficit de R$
400 milhões quando assumiu o governo. Além disso, ela ressaltou que “a Compesa
não tinha recursos sequer para pagar a folha de pagamento dos servidores em
março deste ano”. Essa situação financeira crítica da empresa levou o governo a
buscar alternativas de empréstimos e equilibrar o caixa.
A governadora explicou que a
decisão de fazer a concessão da Compesa visa atrair investimentos da iniciativa
privada para melhorar o sistema de abastecimento de água e saneamento básico em
Pernambuco.
“A Compesa continuará pública,
mas haverá um contrato com a iniciativa privada. O leilão para a concessão da
Compesa está previsto para dezembro do ano que vem, e os recursos obtidos com a
iniciativa privada serão direcionados para investimentos em infraestrutura”,
informou Raquel.
Raquel Lyra destacou que os
investimentos serão essenciais para a troca de tubulações antigas, responsáveis
por frequentes vazamentos e interrupções no fornecimento de água. Isso afeta
especialmente áreas mais altas e distantes, onde a água não chega de maneira
adequada. “A concessão permitirá a realização de investimentos mais rápidos no
tratamento de esgoto e no acesso à água”, defendeu.
A governadora também mencionou a
busca de alternativas de financiamento, incluindo empréstimos e emissão de
debêntures, para viabilizar investimentos em saneamento e abastecimento de
água. Além disso, ela ressaltou uma parceria com o governo federal que
possibilitará a chegada da água do Rio São Francisco ao Agreste de Pernambuco
em Caruaru, uma região historicamente afetada pela escassez de água.
O outro lado – No dia 14 de
agosto, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) promoveu uma audiência
pública que abordou a privatização da Compesa. Presidida pelo deputado estadual
João Paulo (PT), o qual propôs a discussão, a audiência reuniu diversos
representantes e autoridades para analisar os possíveis impactos dessa medida.
João Paulo utilizou suas redes
sociais para expressar suas impressões em relação à audiência pública e à
possível privatização da Compesa. O deputado destacou que considera a
privatização um “fracasso anunciado”. Ele apontou para a experiência de
diversos países e cidades que adotaram o modelo privado para suas companhias de
distribuição de água e saneamento e, posteriormente, tiveram que reestatizar
essas empresas devido a aumento de tarifas e queda na qualidade dos serviços.
Em suas palavras, João Paulo
ressaltou que as tarifas elevadas e a diminuição na qualidade dos serviços
prejudicaram áreas de difícil acesso, deixando populações sem acesso adequado à
água. “Não faltam exemplos para mostrar que a busca de lucro pode deixar muita
gente sem água. As pessoas mais pobres, como sempre, serão os mais
prejudicados”, argumentou.
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