Quase metade dos credores de
grandes grupos empresariais que entraram em processo de recuperação judicial no
país são micro e pequenas empresas (MPEs), de acordo com uma pesquisa divulgada
nesta segunda-feira pelo Sebrae.
O levantamento mapeou 14.924
empresas credoras, das quais 47,4% são de micro e pequeno portes e localizadas
em todos os Estados brasileiros. O estudo considera nove conglomerados que
divulgaram a lista dos credores no período de janeiro a maio deste ano.
O mapeamento utilizou dados
abertos de nove grupos empresariais que divulgaram listas de credores:
Americanas, Grupo Petrópolis, Drogaria Santa Marta, Graneleiro, Paranapanema,
DP4, Nexpe, Dissim e Dok.
“Em um processo de recuperação judicial,
os pequenos negócios são os credores mais frágeis, pois muitas vezes contam com
essa empresa como um grande cliente e, em geral, não possuem caixa para
sustentar longos períodos sem receber”, afirma Ivan Tonet, coordenador de
mercados e transformação digital do Sebrae.
Sudeste e Nordeste lideram
regionalmente na quantidade de credores, com 61% e 16%, respectivamente. O Sul
responde por 11%, o Centro-Oeste por 8% e o Norte por 4%, diz a pesquisa.
O ramo de atividades mais
frequente entre os credores varia com a região, disse o Sebrae. No Nordeste, o
setor com o maior volume de créditos a receber (65%) é o de postos de
combustíveis; enquanto no Sudeste, 32% dos créditos devidos a MPEs são para os
atacados especializados em produtos alimentícios, bebidas e fumo.
O estudo também detectou uma alta
de 37% nos pedidos de recuperação judicial de médias e grandes empresas e de
30,2% nos deferimentos, entre 2022 e 2023, considerando janeiro a maio.
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