A morte da mãe do estudante de direito Lucas Cesar Arosio,
de 23 anos, em uma cirurgia de redução de estômago em 2006, foi uma espécie de
gatilho para ele perceber que precisava emagrecer.
O processo de conscientização levou mais algum tempo e
precisou do incentivo de uma amiga personal trainer e da irmã mais velha, que
já havia eliminado 20 kg. Um ano e meio atrás, portanto, o morador de Vila
Velha (ES) iniciou a mudança de hábitos, acelerou o metabolismo e baixou de 130
kg para 80 kg, em 1,80 m de altura. Por semana, chegou a reduzir 3 kg.
“Após perder minha mãe, comecei a pensar na saúde e no que
estava fazendo com a minha vida e o meu próprio corpo. Tinha uma visão
distorcida de mim, não me achava tão gordo, só gordinho”, conta Lucas, que
atingiu o patamar da obesidade mórbida.
O estudante substituiu a alimentação rica em gorduras,
frituras, doces e refrigerante – cortados radicalmente durante oito meses – por
itens mais saudáveis e refeições regradas, feitas religiosamente a cada 3
horas. Desde então, coloca o alarme do celular para despertar.
“Quase sempre pulava o café da manhã e chegava a comer três
hambúrgueres acompanhados de dois litros de refrigerante de uma vez só. Duas
barras grandes de chocolate também iam numa tarde”, lembra.
Os salgadinhos, lanches, biscoitos recheados e outros tipos
de comida rápida eram suas opções favoritas. Elas foram trocadas por sanduíches
e biscoitos leves, iogurtes, sucos, frutas como maçã, banana e mamão, e até 2,5
litros de água por dia – carrega sempre uma garrafinha.
“Agora tomo café sempre e levo marmita de casa para o
almoço, que antes era em restaurante de buffet e chegava a pegar até 1 kg de
comida, com muita massa, arroz, carne vermelha, sobremesa e refrigerante. Eu
dizia que não gostava de coisas saudáveis sem nunca ter experimentado”, recorda
o estudante, que no começo contou com a orientação de uma nutricionista.
Malhação, corrida e muay thai
No fim de 2009, Lucas também se matriculou na academia, onde
passou a fazer 1 hora de atividade aeróbica no transport (simulador de
caminhada) e musculação cinco vezes por semana. Hoje, vai seis vezes por semana
e passa até 3 horas no local.
“No início, tinha que cuidar das articulações e malhava para
fortalecer o corpo. Agora quero ganhar massa e chegar aos 85 kg ou 90 kg”, diz.
O morador de Vila Velha, que é gaúcho de Passo Fundo, também
corre 10 km no calçadão da praia, três vezes por semana à noite, e há sete
meses pratica muay thai, que o ajudou a perder os últimos 16 kg de gordura.
“Sempre gostei de exercícios, mas não conseguia fazer e
também sentia vergonha. Na época do colégio, jogava vôlei, no máximo”,
ressalta.
Ansiedade, calor e preconceito
Lucas lembra que a ansiedade o fazia mastigar ou ter algo na
boca o tempo todo, nem que fosse uma bala. Além disso, ficava sentado por muito
tempo no escritório, onde sentia fome. “Já não penso mais na comida como uma
fuga de problemas e estresse, mas como algo que deve contribuir para que eu
continue vivendo com qualidade”, afirma.
E, com o excesso de gordura, ele sofria demais com o calor.
“Tenho que trabalhar de roupa social, e resolvia pendências na rua, andava de
ônibus. Aí suava muito”, revela.
O jovem enfrentou, ainda, o preconceito das pessoas,
principalmente na época da escola, em que era excluído dos grupos e das festas.
“Agora tenho mais amigos, mas porque me abri, o problema
estava em mim. E, para uma menina ficar comigo antes, tinha que me conhecer
muito além da primeira impressão. Hoje minha vida social anda bem agitada, e é
muito bom ver interesse no olhar de outra pessoa na rua”, destaca.
Lucas diz que não mudou só por fora, mas também por dentro.
“Eu era fechado para o mundo, triste, cabisbaixo. Me protegia para não sofrer.
Agora estou aberto a novas possibilidades e me sinto capaz de qualquer coisa,
pois já passei pelo mais difícil”, acredita.
Fonte:
G1 / Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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