05/05/2015

SAÚDE INVESTE MAIS R$ 150 MILHÕES PARA AÇÕES DE COMBATE À DENGUE NO PAÍS


Ministro da Saúde Arthur Chioro alerta para importância da mobilização da sociedade no combate e controle da doença; País registra 745,9 mil casos até 18 de abril; Amazonas, Espírito Santo e Distrito Federal apresentam redução

O Ministério da Saúde investiu recursos adicionais de R$ 150 milhões para ações de combate à dengue em todo o Brasil. Os recursos são exclusivos para medidas de combate aos mosquitos transmissores da dengue e do chikungunya e incluem a contratação de agentes de vigilância para atuação em estados e municípios do País.

Do total repassado, R$ 121,8 milhões foram para secretarias municipais de saúde e R$ 28,2 milhões às secretarias estaduais.  Os valores foram repassados via Fundo Variável de Vigilância em Saúde e representam um subsídio de 12% do valor anual do Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde, de R$ 1,25 bilhão.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (4), o ministro Arthur Chioro afirmou que é preciso manter a mobilização da sociedade no combate à dengue. “Não podemos, porque tivemos um ano com resultados excepcionalmente bons [2014], desarmar as ações de prevenção”, disse Chioro.

O ministério registrou, até 18 de abril, 745,9 mil casos de dengue no País. O aumento é de 234,2%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 223,2 mil casos da doença. Na comparação com o mesmo período de 2013 - quando foram notificados 1,4 milhão casos na mesma semana epidemiológica (12) - a redução é de 48,6%.

A região Sudeste apresenta a maior incidência de casos, com 575,3/100 mil habitantes (489.636 casos); seguida pelas regiões Centro-Oeste, com 560,7 /100 mil habitantes (85.340 casos); Nordeste, com 173,7/100 mil habitantes (97.591 casos); Sul, com 159,8/100 mil habitantes (46.360 casos); e Norte, com 156,6/100 mil habitantes (27.030 casos).



Redução

Os estados do Amazonas e Espírito Santo e o Distrito Federal apresentaram redução do número de casos nas primeiras 15 semanas de 2015. Amazonas registrou 3.693 em 2014 e 2.751 neste ano. Já o Espírito Santo reduziu os casos de dengue de 8.353 para 4.750 no mesmo período. E o Distrito Federal registrou 4.652 no ano passado e 3.578 em 2015.

O ministro ressaltou que, pelos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), não se pode considerar que o País vive uma epidemia de dengue. “Temos uma elevação [de casos] em relação a 2014”, disse Arthur Chioro, lembrando que as Nações Unidas consideram que há surto epidêmico quando o número de casos ultrapassa 300 para cada 100 mil habitantes. “Temos nove estados com comportamento dessa natureza, sendo que, dos 745 mil casos, 401 mil estão localizados no estado de São Paulo”.

Em 2015, foram confirmados 229 óbitos causados pela doença nas 15 primeiras semanas do ano, um aumento de 44,9% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram registradas 158 mortes. Entretanto, a comparação com os 379 óbitos registrados no mesmo período de 2013 mostra uma redução de 39,6%.

Até 18 de abril, foram registrados 404 casos graves, o que representa um aumento de 49,6% na comparação com mesmo período de 2014, quando foram registrados 270 casos graves. Com a adoção da nova classificação da notificação da dengue, não é possível fazer comparação dos casos graves com o ano de 2013.

Orçamento e ações de combate

O Ministério da Saúde já executou R$ 8,1 milhões dos R$ 13,7 milhões previstos para 2015 no orçamento de combate à dengue, segundo dados da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue. O valor corresponde a 60% do previsto no orçamento. O investimento representa um crescimento de 37% em comparação a 2014, quando foram executados R$ 5,9 milhões.

Para intensificar as medidas de vigilância, prevenção e controle da dengue, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, esteve em São Paulo em março para discutir medidas de combate à doença.

Na ocasião, o ministro também discutiu o fortalecimento da rede de assistência para o atendimento aos pacientes com a doença. O encontro contou com a presença do prefeito Fernando Haddad e de mais de 600 gerentes e diretores clínicos responsáveis pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de São Paulo.

A preparação contra a dengue foi reforçada com a distribuição de insumos estratégicos, como larvicidas, inseticidas e kits para diagnóstico. Além disso, o Ministério da Saúde elaborou e divulgou os planos nacionais de contingência de dengue e chikungunya e assessorou estados na criação dos planos locais.




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