A Assembleia Geral Extraordinária realizada ontem (14/11) na
Amupe, foi a mais difícil dos últimos tempos devido as medidas drásticas
necessárias que os gestores estão tomando para conter a crise: demissões,
diminuição de cargos, corte de gratificação e dos serviços prestados à
população, disse José Patriota, presidente da Amupe e prefeito de Afogados da
Ingazeira, ao abrir os debates para que cada prefeito desse seu depoimento.
Cerca de 5 mil servidores, entre comissionados e contratados, já foram demitidos
este ano, além da previsão de novas medidas igualmente drásticas.
O que os prefeitos querem urgentemente é um auxílio
financeiro estimado em R$ 4 bilhões, no âmbito nacional, ficando para
Pernambuco uma parcela de R$ 169 milhões o que permitirá aos mesmos saldarem os
compromissos com salários e 13º.
Mais de 100 municípios compareceram a reunião que teve por
objetivo abrir a campanha nacional da CNM junto com as Associações
Municipalistas, “Não deixem os Municípios Afundarem”. A mídia em peso atendeu ao apelo dos gestores.
Vinte e um prefeitos expuseram publicamente suas
dificuldades: Em Arcoverde, Madalena
Brito, disse que a crise chegou ao município muito pesada e que só os gastos em
Previdência Social já somam mais de R$ 7 milhões, justificando que apesar de
estar no segundo mandato as consequências da crise no seu município ainda não
são entendidas pela população.
O prefeito de Água, Preta Eduardo Coutinho, em seu 5º
mandato disse que nunca viu uma crise igual a essa e propôs uma mobilização
popular no dia 22 de novembro em todo território nacional, além de uma
mobilização com a UVP- Câmara de Vereadores e a bancada federal pernambucana.
O Prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira,
ressaltou a importância de uma campanha na mídia local e regional para
sensibilizar a população quanto ao percentual de comprometimento de recursos em
ações de educação e saúde, por parte dos municípios.
Já o prefeito de Jaqueira, Marivaldo Silva de Andrade, criou
um decreto reduzindo 20% de todas as despesas, inclusive de pessoal e destaca a
importância da mobilização nacional em prol do municipalismo.
Marcelo Neves Lima, prefeito de 1º mandato de Palmeirina,
explicou que na tentativa de superação da crise reduziu em 25% os salários e as
gratificações, mas, em função das dívidas acumuladas de previdência e INSS,
precisou radicalizar e demitiu todos os funcionários comissionados e
contratados. Ressalta que o município sozinho não se viabiliza, é necessário
uma mobilização conjunta.
O prefeito Luiz Aroldo de Águas Belas, sugere que todos os
municípios pactuem redução em itens como festas e assumam a mobilização com o
governo do Estado, para resgatar o FEM e as emendas parlamentares, além de
amenizar as multas autuadas pelo CPRH na questão dos resíduos sólidos.
O Caso de Brejo da Madre de Deus, assim como Lagoa de
Itaenga é assustador, superando igualmente o número de 500 demissões, cada um.
O município de Palmares está com um débito de mais R$ 100
milhões em Previdência e Precatórios e tem um comprometimento mensal de R$ 2,5
milhões e com o caixa zerado, o prefeito Altair Bezerra, não tem previsão para
pagar o 13º, se não houver alguma ajuda do Governo Federal.
O prefeito de Poção afirmou ter R$ 1,5 milhão de retenção,
reduziu 15% dos salários de cargos comissionados e demitirá pessoal a partir do
mês de dezembro próximo. Teve a agência do Banco do Brasil fechada e o Fórum.
Ele sente-se temeroso que o município se reduza a um distrito.
A prefeita de Capoeiras, Lucineide Almeida, convocou toda a
sociedade e colegas gestores para não maquear a realidade da crise que afeta os
municípios, destacando que a Previdência é o seu maior problema e que precisa ser encarado como foco.
A prefeita de Lagoa
do Carro, Judite Botafogo, destacou a importância de buscar o apoio do Governo do
Estado para fortalecer o debate sobre o Pacto Federativo; convocou as câmaras
de Vereadores e sugeriu forte campanha nas redes sociais. Já demitiu mais de
100 pessoas.
O prefeito Marcos Moura ( Marquinhos) de Maraial, reconhece
que já atrasou dois meses de salários , cortou todas as gratificações há 90
(noventa ) dias e prevê exonerar mais
250 pessoas até o final do mês, reconhece que tudo é paliativo. Os municípios
precisam ser repensados para não ter que ficar sempre o com o pires na mão.
Os prefeitos de Araçoiaba e Itapissuma da RMR, reivindicam
uma revisão junto ao TCE, no cálculo de pessoal da Lei de Responsabilidade
Fiscal, pois quando as despesas aumentam e a receita cai ( FPM e ICMS) os
prefeitos não podem demitir e ultrapassam o limite da lei.
A vice-prefeita de Santa Filomena, município divisa com o
estado do Piauí, participou pela primeira vez da Assembleia destacando a
importância da união dos prefeitos na superação da crise.
Para o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da
Ingazeira propôs que todos os gestores se mobilizem fortemente para a ação
reivindicatória no dia 22/11 em Brasília, só juntos seremos capazes de continuar lutando
pelos interesses dos municípios. Ainda esse ano mobilizará a Assembleia
Legislativa e bancada federal de Pernambuco, para mais uma rodada de negociação
da pauta municipalista.
Fonte: www.amupe.org
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