O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro
Gomes, aproveitou sua participação na noite desta segunda-feira (28/5) no
programa Roda Viva, na TV Cultura, para disparar críticas ao governo federal.
Ele abriu a entrevista falando sobre a greve dos caminhoneiros, que entrou no
seu 8º dia nesta segunda, paralisou importantes serviços públicos e privados,
além de deixar o país sem combustível.
“Sobre esse momento difícil, vamos virar esse jogo!”, disse,
antes de cravar que a crise reflete a falta de planejamento em infraestrutura
da gestão de Michel Temer à frente do Executivo federal, chamado por ele em
vários momentos de “governo golpista”.
Ciro Gomes classificou de “desastrosa” e “estúpida” a
política de preços da Petrobras, com reajustes quase diários no preço dos
combustíveis: motivo alegado pelos caminhoneiros para deflagrarem greve
nacional na segunda-feira passada (21). “Essa política da Petrobras é
fraudulenta”, afirmou. Segundo ele, se a companhia fosse bem conduzida, “o
preço do óleo diesel estaria, no máximo, em R$ 3”.
De acordo com o pré-candidato, é preciso separar o joio do
trigo, desmascarando os aproveitadores que estariam infiltrados no movimento
para desestabilizar o país politicamente. No entanto, conforme afirmou, a greve
evidenciou o esgotamento do modelo de transporte adotado no Brasil, altamente
dependente das rodovias. No programa, defendeu investimentos em transportes
ferroviários e fluvial/marítimo (de cabotagem). “Durante os últimos 20 anos, o
Brasil destruir suas ferrovias”, argumentou.
“Eu apoio a greve dos caminhoneiros. Eles vivem em socorro.
A política de preços é lesiva ao Estado. No momento, só há uma saída! Demitir o
presidente da Petrobras, Pedro Parente, por realizar um gestão que não
beneficia a nossa estatal, mas os empresários estrangeiros”, afirmou o
pré-candidato.
Teto de gastos
Ciro Gomes também fez críticas ao projeto do Executivo que
limitou investimentos pelos próximos 20 anos.”Qual o país do mundo tabela o que
vai gastar por 20 anos com saúde e educação? E as futuras gerações? O que será
oferecido para elas?, apontou.
Ao ser questionado sobre possíveis alianças políticas, caso
seja eleito, o representante do PDT disse não pretender fechar portas, mas
garantiu que seu partido vai “fechar a torneira da roubalheira”. “Não tenho
ilusão que minha gestão vai mudar complemente o parlamento”, enfatizou. ” Minha
tática é procurar alianças com o PSB e o PCdoB. É um núcleo forte para um
possível governo meu”, disse.
Ele criticou ainda a insistência do PT em manter a
candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril
na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
Violência
O pré-candidato também frisou que uma das frentes
prioritárias em seu plano de governo é o combate à violência. Ciro Gomes citou
a escalada da criminalidade em seu estado de origem, o Ceará, que teve
rebeliões em seus presídios e precisou de auxílio de forças federais para
conter a crise. “Temos especialistas para nos auxiliar nas soluções, estamos
montando nossas propostas. Mas a situação [da violência urbana no país] nos causa
absoluta perplexidade”, ressaltou.
Fonte: gonzagapatriota.com.br
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