Em reunião virtual que aconteceu
nesta segunda-feira (31) com cerca de 400 gestores e prefeitos dos municípios
pernambucanos, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Ranilson Ramos,
apresentou as medidas corretivas que deverão ser adotadas para melhorar a
segurança e a qualidade do transporte escolar em Pernambuco.
As ações são um desdobramento de
duas operações de fiscalização feitas pelo TCE em 2022, e em maio deste ano,
que identificou uma série de irregularidades no serviço oferecido pelas
prefeituras aos estudantes de escolas públicas.
A reunião, transmitida pelo canal
do YouTube da TV TCEPE, contou com a participação também dos conselheiros
Valdecir Pascoal, Marcos Loreto e Adriano Cisneiros (substituto); da diretora
de Controle Externo (DEX), Adriana Arantes; e dos gerentes de Fiscalização da
Educação do TCE, Elmar Pessoa e Nazli Nejaim.
Durante a reunião, Elmar Pessoa
apresentou os resultados da operação Transporte Escolar Seguro, feita em maio
2023, ocasião em que foram vistoriados cerca de 4.300 veículos (aproximadamente
60% da frota informada pelas prefeituras) nos 184 municípios de Pernambuco e
observados itens como condições dos veículos, equipamentos de segurança,
habilitação/formação dos condutores, entre outros.
A partir daí dos problemas
encontrados pela auditoria, o TCE estabeleceu notas para o atendimento de cada
quesito e fez uma classificação em cinco níveis (crítico, grave, razoável, bom
e desejável) para cada localidade.
De acordo com os relatórios, em
relação a 2022 houve uma discreta melhora nos índices, entretanto, 24,5% dos
municípios ainda estão em um patamar ‘crítico’, enquanto 57,1% estão em
situação ‘grave’. Apenas três cidades atingiram o nível ‘desejável’, no
transporte escolar, duas o nível ‘bom’, enquanto 29 municípios alcançaram o
índice ‘regular’.
Segundo Elmar, 89% dos veículos
ainda trafegam sem o selo de inspeção do Detran, 35,6% sem extintor de
incêndio, 16% com pneus carecas, 36% sem cintos de segurança ou em estado
precário e 53% sem tacógrafo. “Em 34% dos casos, a idade dos veículos está em
desacordo com o estipulado pela legislação municipal e apenas 22% deles possuem
até 10 anos de fabricação. A grande maioria (37%) encontra-se na faixa dos 10 a
15 anos e 24% com mais de 20 anos. Quanto aos condutores, 6,5% ainda não
possuem habilitação ou estão com documentação inadequada para o transporte
escolar e 27% não fizeram curso de formação com essa finalidade”.
“Em 2022, a situação era ainda
pior. Entre os veículos examinados, 86% não eram autorizados a rodar, 67%
apresentavam desconformidades nos cintos de segurança e 62% dos condutores não
tinham certificação para conduzir estudantes”, concluiu Elmar.
Os municípios de Toritama,
Itapissuma e Abreu e Lima estão entre os que apresentaram avanços
significativos na prestação do serviço em 2023. Por outro lado, Ouricuri,
Itamaracá e Jataúba são as cidades com maior necessidade de aperfeiçoamento do
transporte de alunos da rede pública.
“Assim como foi feito em relação
à erradicação dos lixões no Estado, espero poder contar com o empenho de todos
os prefeitos e gestores públicos na solução definitiva dos problemas de
transporte escolar, nos prazos que serão estabelecidos nos TAGs. No início do
próximo ano letivo (2024), os estudantes do ensino público municipal de
Pernambuco precisam contar com mais conforto e segurança no deslocamento entre
suas casas e a escola”, destacou o presidente Ranilson Ramos ao agradecer a
participação de todos.
ll ACORDOS ll
Entre as medidas a serem
implementadas estão a regulamentação do serviço de transporte escolar (tipo e
idade da frota, direito ao serviço, distância até a rota, tempo de permanência
no veículo), a regularização de 100% dos condutores (60 dias para habilitação e
90 dias para certificado) e da frota junto ao Detran-PE (365 dias para o selo
de inspeção).
As medidas serão formalizadas por
meio de Termos de Ajuste de Gestão (TAGs), que são acordos entre o TCE e o
gestor público com o objetivo de determinar prazos para a resolução de falhas
identificadas na gestão de órgãos ou entidades públicas dos municípios e do
Estado.
Outras reuniões individuais com
os prefeitos serão realizadas nos próximos quinze dias para discutir os ajustes
necessários e as soluções para os problemas em cada município. Gestores que não
cumprirem as determinações dos TAGs estarão sujeitos a penalidades
administrativas e criminais.
Gerência de Jornalismo (GEJO)
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